Essa palavra assusta muitos donos de cadelas e gatas pelo mundo todo. É uma doença grave? Sim. A fêmea corre riscos? Sim. A única forma de prevenir a Piometra é castrando o animal.
O que é Piometra?
A Piometra é uma doença causada por uma
infecção bacteriana dentro do útero de cadelas e gatas. Ocorre geralmente
durante o diestro, fase do ciclo ovariano dominada pelo hormônio progesterona.
A progesterona é o hormônio feminino que atua para manter a prenhez, portando,
todas as cadelas normais estão naturalmente expostas a concentrações altas de
progesterona de 9 a 12 semanas após o estro (“cio”).
A doença pode acontecer em cadelas com mais
de 5 anos e também pode acometer cadelas mais novas que estejam em situação de
pós-parto, aborto, após aplicação de medicações para induzir o aborto,
pós-cruza e principalmente quando se faz uso do anticoncepcional. Esses fatores
também são os causadores da Piometra nas gatas. Como as fêmeas castradas tem seu útero
removido, elas não correm o risco de ter a doença.
Como minha cadela ficou
com Piometra?
A Piometra em cadelas acima de 5 anos acontece após o cio,
não precisa de nenhuma interferência externa. O que acontece é que, quando a
cadela entra no cio, a cervix (passagem da vagina para o útero), se abre, para
o caso de uma copula (cruza). Com essa abertura maior, apesar de a fecundação
ser mais possível, também aumentam as chances de bactérias proliferarem por
este canal.
Essas bactérias, quando dentro do útero de uma cachorra
saudável, são combatidas pelo sistema imunológico e eliminadas do organismo,
porém, uma cadela mais velha, ou que possua algum fator que interfira em sua
imunidade, não consegue combater as bactérias, fazendo com que elas se instalem
no útero e se proliferem.
Uma vez dentro do útero, as bactérias começam a formar o
pus, e daí vem o “pio” do nome da doença. O pus vai preenchendo todo o útero e
fazendo-o aumentar consideravelmente. O útero de uma cadela saudável de 10 kg
chega a, no máximo, 0,8 cm de largura, já o útero com Piometra pode alcançar até 10 cm de diâmetro,
sendo inteiramente preenchido com pus. Um útero com mais de 1,5 cm, neste caso,
já está em situação de alerta.
Alguns donos de cadelas e gatas optam
por dar injeções anticoncepcionais para
evitar gravidez, porém, como são injeções de hormônio, esse método facilita o
aparecimento da Piometra nesses animais. Como já dissemos antes, a única
maneira de evitar a doença é castrando.
Tipos de Piometra
Existem duas formas
de Piometra. Por isso é preciso ficar bem atento:
1) Aberta – a cadela apresenta corrimento purulento (com pus).
Normalmente após 2 meses que a cadela teve o cio.
2) Fechada (colo
uterino fechado) – não há presença de corrimento, por isso é uma forma mais
silenciosa da doença. É o tipo mais perigoso, pois normalmente o dono só
percebe a doença quando ela já atingiu um estágio muito avançado.
Sintomas da Piometra
As bactérias que causam a Piometra não se limitam ao útero e começam a passar pela circulação da cadela,
causando alterações clínicas em todo o organismo.
– Pus pode ou não escorrer da
vagina / vulva (no caso da Piometra aberta)
– Descarga vulvar com líquido espesso, escuro e fétido
– Aumento da sede / aumento da micção
– Alargamento do abdômen como o útero se enche de pus
– Letargia (inconsciência)
– Falta de apetite
– Perda de peso (pois a cadela, estando indisposta, não se alimenta)
– Febre
– Desidratação
Tratamento
É, exclusivamente, cirúrgico. O tratamento clínico com
medicações só atingirá as bactérias que estão na circulação, portanto o
conteúdo infectado dentro do útero continuará evoluindo, ou seja, será um
controle de sintomas, não uma eliminação da doença.
Um protocolo normalmente aconselhado para o tratamento da
doença é iniciar com medicações e soro, depois submeter a cadela a uma cirurgia
de retirada do útero e dos ovários e, dependendo do pós-operatório, é
interessante mantê-la internada por mais algum tempo. A prevenção da Piometra é
muito simples: castração dos
animais fêmeas. Uma
cadelinha castrada antes do segundo cio está 100% imune a adquirir essa doença.
TEXTO ADAPTADO
Imagens: Facebook
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